"'Vamos cortar sua cabeça'. Essa tem sido a mais forte das ameaças que Yuliana Sánchez recebe pelo menos duas vezes por mês. Em outubro de 2024, ela recebeu pela primeira vez uma ligação que destruiu sua tranquilidade: disseram que ela tinha três dias para deixar San Vicente del Caguán, município do departamento de Caquetá [Colômbia] onde trabalha como jornalista. Desde então, ela não parou de ser assediada por vozes anônimas, que usam diferentes números de celular para lhe dizer que sentenciaram sua morte ou para ameaçar seu filho de três anos. A diretora do meio digital NoticiasColombiaTV diz que não sabe quem a ameaça, mas suspeita de alguns grupos dissidentes das extintas FARC que não teriam visto com bons olhos sua cobertura do conflito e dos diálogos de paz no município. Sua esperança é que o Estado lhe forneça medidas de proteção robustas, que aliviem seu pânico permanente de ser assassinada a qualquer momento.
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Sánchez não é a única jornalista que lida com ameaças e extorsões em Caquetá, um departamento na fronteira norte da Amazônia, que durante anos foi uma das áreas de influência das extintas FARC. 'Temos conhecimento de sete jornalistas que foram extorquidos por grupos armados ilegais. Quatro vivem na capital, Florencia, um em Doncello e dois em San Vicente del Caguán', informou a Defensoria do Povo."