“[...] A prisão do [jornalista José Rubén] Zamora é um divisor de águas e pode, segundo Juan Pappier, da ONG Human Rights Watch (HRW), 'se tornar um ponto de inflexão para a liberdade de imprensa na Guatemala'. Pappier explica: 'É provavelmente a coisa mais séria que vimos nos últimos anos. Obviamente, houve anteriormente alguns processos criminais espúrios contra jornalistas, por exemplo, contra Juan Luis Font, Sony Figueroa ou Marvin del Cid'. O representante internacional da HRW acrescenta: 'Mas acho que isso foi levado a um nível ainda mais alto e podemos estar em um ponto de ruptura. Um sinal que gera muito medo para os jornalistas independentes que ainda estão no país investigando a corrupção'.
Os motivos da prisão de Zamora, 65 anos, um dos principais jornalistas da Guatemala, ainda não são conhecidos, porque o Ministério Público declarou o caso como 'confidencial'. No entanto, quem lidera o processo contra o jornalista, o chefe da Promotoria Especializada Contra a Impunidade (FECI), Rafael Curruchiche, revelou tratar-se de um caso de 'lavagem de dinheiro'.
Uma audiência de instrução está marcada para esta segunda-feira. A casa de Zamora foi invadida pela polícia enquanto ele estava com sua família, incluindo seus netos menores que o visitavam nas férias. O presidente do elPeriódico foi transferido para o presídio Mariscal Zavala e foi contundente ao dizer que é vítima de 'perseguição política'”.