O aumento dos ataques a veículos de comunicação e jornalistas em todo o mundo, que tornaram 2012 o ano mais mortífero para os profissionais da imprensa da última décadam, foi o sombrio pano de fundo durante a celebração do Dia Mundial para a Liberdade de Imprensa este ano.
Na quinta-feira, 2 de maio, a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) publicou uma carta aberta ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama pedindo que, em sua visita ao méxico nesta semana, Obama se empenhasse em conseguir um compromisso sério pela proteção da liberdade de expressão e o fim da impunidade em crimes contra a imprensa que devastaram o país.
Com seis países sem imprensa livre e três entre os mais impunes em crimes contra jornalistas do mundo, a América Latina enfrenta seu pior cenário de liberdade de imprensa desde 1989.
Já marcado pela polarização durante o governo de Hugo Chávez, o cenário midiático venezuelano agora tem alimentado as disputas políticas em torno das conturbadas eleições presidenciais de 14 de abril, que elegeram o candidato chavista Nicolás Maduro contra o opositor Henrique Capriles.
A ordem de um tribunal para julgar uma equipe de jornalistas de um jornal no Panamá foi interpretado pela Sociedade Interamericana de Imprensa, SIP, como "um aviso para os meios de comunicação que denunciam irregularidades no governo", como disse a organização em um comunicado.
Pelas “mentiras descaradas” dos relatórios da Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e da ONG Transparência Internacional, o chanceler do Equador, Ricardo Patiño, anunciou que o país ingressará com ações judiciais e “uma estratégia ofensiva” contra estas entidades, informou a ONG Fundamedios.
O Conselho de Estado da Colômbia ordenou que a Polícia retifique uma notícia divulgada em 1996 que prejudicou dois empresários, informou o El Tiempo. A decisão foi considerada histórica. O diretor da polícia terá que realizar uma coletiva de imprensa e corrigir informações veiculadas em um telejornal como "exclusivas" sobre o suposto vínculo entre os dois empresários e traficantes, acrescentou o jornal.
Diante da possiblidade de que os assassinatos de outros três jornalistas colombianos prescrevam este ano, a Assembleia da Fundação para a Liberdade de Imprensa, FLIP na sigla em espanhol, exigiu que a Procuradoria Geral da República tome todas as medidas necessárias para evitar esta situação, informou a organização em um comunicado.
A equipe da organização jornalística Artigo 19 no México recebeu no dia 19 de abril uma carta com ameaças.
Após receber ameaças, um jornalista colombiano se viu obrigado a abandonar a cidade onde morava, informou o El Espectador. Yesid Toro cobre temas de Justiça e já havia sido ameaçado, mas da última vez, membros da Seccional de Investigação Judicial (Sijin), da Policía Nacional dna cidade de Cali, disseram a ele que seria melhor fugir.
Um repórter de polícia que atua no perigoso estado de Veracruz, no México, está desaparecido há mais de 60 dias, denunciou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
Como consequência de sua ineficiência para solucionair os crimes contra jornalistas ou pela pressão que exerce sobre a mídia, as autoridades estaduais mexicanas se transformaram em um “grave obstáculo” para a liberdade de imprensa no país, segundo um relatório publicado em conjunto pela Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA) e o Instituto Internacional de Imprensa (IPI).