Jornalistas, ministros, parlamentares e até familiares de autoridades foram alvos de um amplo esquema de espionagem ilegal operado dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entre 2019 e 2021, durante o governo Jair Bolsonaro, aponta o relatório final da Polícia Federal, divulgado nesta quarta-feira (19). Segundo a investigação, ao menos 1.796 terminais telefônicos foram monitorados sem autorização judicial, utilizando o software israelense First Mile.
Entre os profissionais da imprensa espionados estão Reinaldo Azevedo, Vera Magalhães e Luiza Bandeira, alvos de coleta de informações, difamações e ataques coordenados com perfis falsos. No caso de Bandeira, até sua mãe foi rastreada por ferramentas de geolocalização. A PF aponta Bolsonaro e seu filho Carlos como líderes da chamada “Abin paralela”, usada para espionar opositores e proteger aliados. O esquema produziu mais de 60 mil consultas clandestinas, indica a PF.
