O presidente do Bloque de Prensa Venezolano (BPV), uma associação de editores de impressos da Venezuela, disse acreditar que o ano de 2012, de eleição presidencial, será particularmente difícil para a imprensa independente do país, já sob ataque de um governo "de inspiração totalitária", informou o El Universal. "É o que se deve esperar de um regime (...) que acusa os meios de comunicação chamados 'privados' de terem montado um complexo de comunicação contra ele", afirmou David Natera, editor do Correo del Caroní.
Na semana passada, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela confirmou a realização da votação para o dia 7 de outubro de 2012, noticiou o Estadão. Segundo o El Nacional, Natera ressaltou o caso do semanário Sexto Poder, proibido de circular após a publicação de uma montagem fotográfica que ironizava funcionárias do governo. Mas “o problema mais grave é o fechamento moral [dos veículos]. Aqui há uma lista de veículos que, lamentavelmente, estão fechados do ponto de vista moral”, disse.
O editor do Sexto Poder, Leocenis García, está preso desde 30 de agosto, acusado de incitar o ódio, insultar autoridades e ofender as mulheres. Na terça-feira 20 de setembro, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu a libertação imediata do jornalista. Para a organização, as acusações são desproporcionais à publicação de uma caricatura que o próprio editor assumiu ter sido de gosto duvidoso. Além disso, a "prisão preventiva se justifica quando o acusado representa um perigo para a sociedade e pode tentar fugir. Mas García se entregou no dia 30 de agosto. Essa já uma razão para libertá-lo", acrescentou a RSF.