O editor do jornal venezuelano Sexto Poder, Leocenis García, preso desde 30 de agosto após a divulgação de uma polêmica montagem que satirizava funcionárias da administração de Chávez, iniciou nesta quarta-feira, 9 de novembro, uma greve de fome "por tempo indeterminado" para reivindicar a anulação das acusações que sofre, informou o El Universal.
Em um comunicado, García afirmou que "opinião não é crime" e pediu também a renúncia da presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), Luisa Estella Morales, e da procuradora-geral do país, Luisa Ortega Díaz, responsáveis por promover as alegações contra o editor, de acordo com o jornal El Tiempo.
A fotomontagem divulgada pelo "Sexto Poder" no dia 20 de agosto, motivo da prisão do editor, mostrava os rostos das magistradas em corpos de dançarinas de cabaré, sob as ordens de "mister Chávez". Entretanto, a presidente do TSJ disse em entrevista coletiva que o caso de García "não é um assunto pessoal" dela ou da Procuradoria-geral, noticiou a Agência Efe.
A irmã do editor enviou nesta quarta-feira uma carta ao TSJ na qual pede a Morales que libere o jornalista e chama as instituições venezuelanas de "violadoras da liberdade de expressão", de acordo com El Universal.
Entidades como a Repórteres Sem Fronteiras já pediram a libertação do jornalista. A organização Foro Penal Venezolano pediu ao Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos para acompanhar a situação de García.