A preocupação com a situação da liberdade de expressão chegou a um ponto crítico em Granada, ilha no Caribe. Jornalistas denunciam tentativas de intimidação por parte do governo. O repórter Rawle Titus teria sido demitido por pressão do primeiro-ministro, Tillman Thomas, informou o jornal Caribbean News Now.
Titus, que era repórter do jornal Grenada Advocate e é presidente da Associação de Profissionais da Mídia de Granada (MWAG, na sigla em inglês), foi despedido no dia 23 de março, após noticiar que o primeiro-ministro havia escolhido os candidatos às próximas eleições sem consultar líderes de outros partidos, informou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF). A organização pediu que o "primeiro-ministro negue a pressão que exerce sobre o semanário Grenada Advocate e reitere seu compromisso com a liberdade de expressão, assumido em 2008, no dia de sua posse”. A MWAG também citou outros dois casos de intimidação por parte do governo contra emissoras de rádio, de acordo com o Caribbean News Now.
Em comunicado divulgado no dia 27 de março, o gabinete do primeiro-ministro negou "categoricamente" qualquer relação com a demissão de Titus. Na mesma semana, o Grenada Advocate pediu desculpas ao governo em sua primeira página - desculpas que Titus se negou a pedir.
No dia 2 de abril, Titus fez um protesto solitário em frente ao gabinete do primeiro-ministro, pedindo aos colegas que "acordem", fiquem atentos e "sejam mais conscientes de seus direitos e liberdades como jornalistas e profissionais de mídia", informou a Caribbean Media Corporation.
A Associação de Profissionais da Mídia de Granada também manifestou preocupação com a demissão de Titus e a aparentemente aceitação da posição do governo por parte da publicação, segundo o Antigua Observer.
No vídeo a seguir, Titus fala de sua demissão do Grenada Advocate em entrevista ao programa Day Break Grenada: