Parlamentares do Peru lançam ataques variados para restringir a liberdade de imprensa, e associações jornalísticas resistem como podem. Polêmico projeto de lei pode fracassar no Congresso, mas outras iniciativas ameaçadoras permanecem em discussão, refletindo a deterioração das condições democráticas no país.
O jornal mais aclamado de El Salvador transferiu seus setores administrativo e jurídico para a Costa Rica devido a assédio e vigilância do governo. No entanto, os jornalistas permanecem no país. Em entrevista à LJR, o cofundador Carlos Dada explica como essa mudança permite que eles continuem seu trabalho investigativo, enquanto expressa preocupações com o autoritarismo e possível criminalização de jornalistas.
Em painel na UT Austin, quatro jornalistas venezuelanos relataram suas experiências de perseguição e sobrevivência durante duas décadas e meio em um país que deixou de ser uma democracia, onde falta papel-jornal e os meios oficiais se tornaram hegemônicos.
Miguel Ángel Mendoza tornou-se uma fonte de informação incontornável nas redes sociais em 19 de abril de 2018, quando os protestos contra o governo de Daniel Ortega eclodiram na Nicarágua. O trabalho de Mendoza levou as autoridades a o prenderem em 21 de junho de 2021. No último dia 9 de fevereiro, Mendoza esteve entre os 222 presos políticos inesperadamente libertados e deportados para os Estados Unidos após o governo declará-los apátridas.
Após devolver seu esquema de segurança por constatar irregularidades no tratamento de seus dados, a jornalista colombiana Claudia Julieta Duque denuncia ter sofrido pelo menos dois graves incidentes de segurança e o descumprimento por parte do Estado das medidas cautelares outorgadas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Apesar do número relativamente baixo de jornalistas presos na América Latina, o CPJ alertou para uma deterioração preocupante na situação da liberdade de imprensa na região em 2021, ao considerar outros indicadores.
A FLIP, da Colômbia, denunciou que a organização encarregada de proteger a jornalista Claudia Julieta Duque coletou dados sigilosos da repórter por meio do monitoramento detalhado do GPS instalado em seu veículo, fornecido como parte de um esquema de proteção.
Funcionários da prefeitura do Rio atuam de forma organizada para bloquear o trabalho de jornalistas em frente a unidades de saúde. Organizações denunciam atuação sistemática contra a liberdade de imprensa.
A ameaça de violência física do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, contra um repórter que lhe fez uma pergunta coloca em outro patamar a conflituosa relação que o mandatário mantém com a imprensa desde antes de se tornar presidente. A avaliação é de entidades de defesa da liberdade de imprensa no Brasil.
O jornal mexicano Reforma publicou um áudio em que um homem, que afirma ser de um grupo do crime organizado, ameaçou "explodir" a redação se não parassem de criticar o presidente mexicano.