Organizações jornalísticas do México destacaram o clima hostil enfrentado pelo jornalistas durante a campanha eleitoral no México. No domingo 01 de julho, o candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Enrique Peña Nieto, venceu a disputa à Presidência do país, informou a Reuters.
Foi registrado um considerável aumento no número de ataques à imprensa no México entre maio e junho. Nesses dois meses, cinco jornalistas foram assassinados e três desapareceram. Além disso, dois veículos foram atacados a tiros. Nenhum dos casos foi solucionado até agora.
Embora as autoridades afirmem que a maioria casos tenha ligação com o crime organizado, a disputa política também motivou ataques armados, com o objetivo de intimidar o jornalistas antes das eleições, destacou o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).
Os jornalistas foram agredidos e ameaçados por simpatizantes políticos. Os ataques mais graves foram contra profissionais e veículos regionais, como em Oaxaca, no Sul do país, onde um jornalistas foi esfaqueado perto de casa e quatro fotógrafos foram agredidos durante um confronto entre simpatizantes do PRI e estudantes, segundo o Centro de Jornalismo e Ética Pública.
Mas os veículos de imprensa da capital não foram poupados. No fim de maio, a casa do diretor do diário Reforma foi invadida, sem que nada tenha sido roubado. Além disso, uma colunista do diário El Universal denunciou ter recebido ameaças de morte após criticar o candidato à Presidência do PRI. Já o diretor editorial do jornal Milenio foi insultado por simpatizantes do partido PRD, segundo o Vanguardia.
Peña Nieto prometeu que vai garantir a liberdade de expressão no país, de acordo com a agência Notimex.
A expectativa, agora, é por ações contra os ataques à imprensa, incluindo a aplicação de duas novas leis, uma sobre proteção de jornalistas e outra que transfere para a esfera federal a investigação e a punição de crimes contra jornalistas.
Em meados de junho, o Instituto Internacional de Imprensa (IPI), a Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA) e o Fórum Mundial de Editores (WEF) enviaram uma carta aos três principais candidatos à Presidência, na qual pediam planos concretos de combate à violência contra veículos de imprensa e jornalistas no México e contra a impunidade nesses crimes.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.