Após receber ameaças, outro jornalista do estado mexicano de Veracruz decidiu deixar o México, informou a Fundação para a Liberdade de Expressão (Fundalex). Andrés Timoteo Morales pediu asilo à França, segundo o Tabasco Hoy. Morales era repórter do jornal de circulação nacional La Jornada e colunista do diário Notiver, da cidade de Veracruz.
Morales era colega de quatro jornalistas assassinados do diário Notiver: o especialista em narcotráfico Miguel Ángel López Velasco, a repórter Yolanda Ordaz de la Cruz e os fotógrafos Misael López Solana e Guillermo Luna e Gabriel Huge, segundo o próprio Notiver.
Morales havia deixado de escrever para o La Jornada em 28 de abril, após o assassinato de uma amiga que trabalhava para a revista Proceso, Regina Martínez, em Xalapa, capital de Veracruz. A casa do jornalista chegou a ser invadida e equipamentos de trabalho foram levados, informou a Proceso. O profissional precisou mudar de residência.
Morales assinava a coluna "Texto Irreverente" no jornal Notiver e era um grande crítico do governador de Veracruz, Javier Duarte.
Após as mortes, ainda impunes, de nove jornalistas em menos de 18 meses, diversos profissionais decidiram fugir de Veracruz, considerado um dos 10 lugares mais perigosos do mundo para a imprensa, de acordo com a Repórteres Sem Fronteiras.
Recentemente, a RSF calculou que 15 jornalistas mexicanos vivem refugiados em outros países por causa de ameaças.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.