texas-moody

Governo de Argentina usa TV pública para ameaçar caçar licenças do Grupo Clarín

Em comunicado transmitido pela TV Pública, o governo da Argentina ameaçou caçar as licenças audiovisuais de um grupo de mídia do país, informou o La Nación. Segundo a publicação, o Grupo Clarín seria uma “rede nacional ilegal” – pelo número de veículos que controla – e tem até o dia 7 de dezembro para resolver a situação. Caso contrário, “o Estado se verá obrigado a convocar um concurso público” para repassar as licenças do grupo, acrescentou o jornal.

O Grupo Clarín negou atuar de forma ilegal e destacou que “esses espaços de publicidade do Estado voltaram a ser utilizados para ameaçar os veículos que não propagam o ‘relato oficial’”, segundo o jornal Clarín.

Embora o governo da Argentina tenha assegurado que não vai expropriar nem estatizar meios de comunicação, diz buscar o cumprimento da nova Lei de Mídia, que “democratiza a informação”, de acordo com o Perú21. O jornal destacou que o Grupo Clarín controla “mais de 240 sistemas de cabo, 9 rádios AM, 1 FM e 4 canais de TV aberta”.

Ainda de acordo com o jornal Clarín, o grupo diz que nada acontecerá em dezembro porque ainda está vigente uma medida cautelar concedida pela Suprema Corte que protege seus veículos.

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou a nova ameaça do governo. “Lamentamos que o governo use um spot para difundir propaganda política na TV pública com a intenção de ameaçar um meio que não apega a seus pontos de vista e para pressionar a Justiça a emitir uma decisão que o favoreça”, disse Gustavo Mohme, presidente da Comissão para a Liberdade de Imprensa e de Informação da SIP.

Os ataques contra a imprensa argentina por parte do governo têm sido criticaso por organizações como a SIP

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

Artigos Recentes