O governo de Cuba acusou os Estados Unidos de pagar milhões de dólares a jornalistas da Flórida para uma campanha de difamação contra cinco agentes cubanos condenados à prisão perpétua em 2001 por espionagem, segundo a EFE.
O advogado Martin Garbus acusou os diários El Nuevo Herald, The Miami Herald e Diario las Américas, assim como a Radio TV Martí e a WAQI (Radio Mambí), de receber do governo americano para publicar notícias que influenciassem na condenação dos supostos espiões cubanos, explicou a Europa Press.
O governo de Cuba denunciou o alegado pagamento a jornalistas ao defender o líder dos cinco agentes, Gerardo Hernández Nordelo, e pedir a anulação da sentença, pois a julgamento teria sido contaminado pela opinião pública, segundo a Radio Cubana. Uma investigação do diário The Miami Herald revelou em 2006 que uma dezena de jornalistas de Miami recebeu da emisora Radio/TV Martí para participar de seus programas durante o julgamento, segundo a AFP. Cabe destacar que a Radio/TV Martí é financiada pelo governo americano e foi criada pelo presidente Ronald Reagan para promover a democracia em Cuba.
Em 1998, cinco agentes cubanos foram detidos e acusados de conspiração contra o governo americano, mas Cuba alega que a missão deles era a de se infiltrarem em grupos de dissidentes na Flórida para descobrir futuros atos de terrorismo contra a ilha, nunca para atacara a segurança americana, explicou a Anistia Internacional, que pediu aos EUA a revisão das penas do quinteto.
Segundo a Europa Press, o governo de Raúl Castro cogita solicitar um indulto ao presidente Obama caso o recurso judicial para a anulação das penas não seja aceito.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.