Responsáveis pela investigação "Exército Espião" não descartam recorrer a instâncias internacionais atrás de justiça para vítimas do spyware Pegasus no México, após revelarem que a espionagem de jornalistas e ativistas naquele país aconteceu a partir de um centro secreto de inteligência militar e com o conhecimento do secretário de Defesa.
Uma investigação forense e jornalística encontrou evidências de espionagem com o spyware Pegasus contra o jornalista Ricardo Raphael e um colega do Animal Político pelo Exército mexicano, uma instituição que viu seu poder crescer consideravelmente durante o governo de López Obrador.
Acabar com a vigilância ilegal de jornalistas e ativistas foi uma das promessas de Andrés Manuel López Obrador após se tornar presidente do México em 2018. Quatro anos depois, novas evidências de espionagem de jornalistas estão surgindo, enquanto jornalistas e ONGs acreditam que o presidente tem pouco a mostrar em relação às promessas.
A FLIP, da Colômbia, denunciou que a organização encarregada de proteger a jornalista Claudia Julieta Duque coletou dados sigilosos da repórter por meio do monitoramento detalhado do GPS instalado em seu veículo, fornecido como parte de um esquema de proteção.
Autoridades venezuelanas liberaram o jornalista alemão Billy Six em 15 de março após quatro meses de detenção.
Depois de o jornal The New York Times publicar uma investigação revelando o uso de malware para infectar dispositivos eletrônicos de jornalistas e críticos da administração do presidente Enrique Peña Nieto, um grupo de jornalistas e defensores dos direitos humanos no México denunciou ter sido vítima de espionagem por parte de agências do governo daquele país.
Carlos Fernando Chamorro, diretor da revista da Nicarágua Confidencial, disse que o exército do país tem espionado a sua publicação e os seus funcionários.
A Procuradoria-Geral do Paraguai ordenou a investigação da suposta espionagem de uma jornalista por parte das Forças Armadas, informou o Ministério Público.
Em 13 de setembro, o governo guatemalteco postou fotografias de um artigo não publicado, planejado para sair três dias depois no jornal elPeriódico, levantando dúvidas quanto à possibilidade do governo ter espionado a redação.
Enquanto fazia negociações de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) em Cuba, o governo colombiano espiou comunicações entre porta-vozes do grupo e jornalistas internacionais que cobriam o evento, de acordo com Univisión.