Por Zach Dyer
Diversos grupos de defesa da liberdade de expressão manifestaram preocupação com a politização da Autoridade Nacional de Radiodifusão (NBA) da Guiana, apenas um mês após a posse de uma nova direção. O Instituto Internacional de Imprensa (IPI) argumentou, em seu site, que a maioria dos novos membros da diretoria da NBA é ligada ao novo presidente do país ou ao partido dele e tem pouca experiência na área.
O presidente do país, Donald Ramotar, nomeou o chefe da NBA e colocou pessoas ligadas a seu governo em quase todos os cargos de liderança, de acordo com o site da International Freedom of Expression Exchange’s (IFEX). A oposição pode indicar apenas um membro da diretoria, o professora da Universidade da Guiana Sherwood Lowe. O mandatário ignorou as recomendações de um comitê parlamentar, que havia sugerido que o líder da NBA fosse eleito por seu conselho diretor, afirmaram o IPI e a IFEX.
David Granger, líder da oposição, lamentou o “autoritário controle estatal” da NBA e prometeu tomar medidas contra o Ato que criou a NBA, acrescentou a IFEX.
O Ato de Radiodifusão de 2011 foi originalmente criado para diminuir o controle do governo sobre a mídia e incentivar novas licenças de rádio e TV, segundo o IPI. O governo atualmente monopoliza o rádio e liberou algumas licenças de TV.
A situação da liberdade de imprensa na Guiana passou de “livre” para “parcialmente livre” no último ano, segundo o mais recente relatório da organização Freedom House. Em 2011, o então presidente Bharrat Jagdeo suspendeu uma TV de oposição, acusando a emissora de incitar a intolerância religiosa.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.