A jornalista Anabel Flores Salazar foi sequestrada por um grupo de homens armados que entrou em sua casa em Orizaba, estado de Veracruz, México, na madrugada desta segunda-feira, 8 de fevereiro, segundo o portal Animal Político.
Flores Salazar faz a cobertura policial para o jornal El Sol de Orizaba. Também colaborava para veículos de notícia El Mundo de Orizaba e El Buen Tono, acrescentou Animal Político.
A informação foi confirmada pela Comissão Estadual de Atenção e Proteção para Jornalistas (CEAPP, na sigla em espanhol) de Veracruz, entidade que assegurou que foi ativado um “procedimento extraordinário” para localizar a jornalista, informou o site Sin Embargo.
“Comentaram que era uma repórter incisiva e dava informação sobre o crime organizado, trabalhava em vários periódicos da zona central”, disse o titular da Comissão ao site Sin Embargo.
De acordo com Animal Político, os familiares da jornalista disseram que os homens, supostamete com uniformes militares, afirmaram que “levavam a repórter para cumprir uma ordem de apreensão contra ela”.
Também neste estado, jornalistas e executivos do diário El Bueno Tono denunciaram receber ameaças por telefone nas últimas horas por supostos membros do grupo criminal Los Zetas, segundo o jornal El Universal. Nas chamadas eles ameaçam queimar o edifício como consequência da publicação de algumas matérias jornalísticas.
México é considerado um dos países mais perigosos do mundo para o exercício do jornalismo. Em um relatório da Federação Internacional de Jornalistas o país ocupou o terceiro lugar em um ranking com o maior número de jornalistas assassinados nos últimos 25 anos, com 120 casos.
Veracruz se tornou uma das regiões mais perigosas para os jornalistas. Dos 7 casos de assassinatos registrados até novembro de 2015, três ocorreram em Veracruz.
Desde 2000, 18 jornalistas foram assassinados neste estado, 12 casos durante a administração do atual governador Javier Duarte, segundo um relatório publicado em julho de 2015 pela organização Artigo 19.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.