texas-moody

Polícia prende suspeitos de tentar assassinar jornalista que denunciava crimes no interior do Ceará

O radialista Jair Pereira Teixeira, de 46 anos, sobreviveu a uma tentativa de assassinato que, segundo a polícia, teria sido motivada por suas denúncias de atividades ilegais na rádio em que trabalha. O radialista foi atingido por três tiros no dia 27 de março em Forquilha, interior do Ceará.

Teixeira, conhecido como Jair Kovalik, estava em um bar na manhã de domingo quando foi atingido por três tiros disparados por um homem que fugiu em uma motocicleta, de acordo com o G1. O suspeito foi reconhecido pelas pessoas que estavam no local.

No dia seguinte ao ataque, Bruno Ilário de Sousa, 26, e um adolescente de 17 anos, foram presos suspeitos de estarem envolvidos na tentativa de homicídio, reportou o G1.

A polícia afirma que o ataque a Teixeira foi motivado por suas repetidas denúncias de atividades ilegais praticadas pelos suspeitos, segundo O POVO. Ambos têm passagem pela polícia por tráfico de drogas e outros crimes, informou o jornal.

Em seu programa na Rádio Pioneira, Teixeira “recebia ligações de cidadãos com queixas sobre questões de segurança pública e políticos corruptos”, de acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), que falou com o engenheiro de som da emissora de rádio. O engenheiro também falou ao CPJ que Teixeira havia se afastado por três meses da rádio em 2015 depois de ter recebido ameaças.

Os tiros foram o segundo ataque contra Teixeira, reportou o site Plantão Alerta. O apresentador tinha uma mensagem: não iria baixar a guarda.

CPJ condenou a tentativa de assassinato e exigiu punições aos envolvidos e ações de proteção para o jornalista.

"A capacidade de jornalistas brasileiros para relatar as notícias está sendo minada pela violência, sendo o Brasil um dos 10 países mais perigosos do mundo para a imprensa”, disse o coordenador sênior do programa das Américas do CPJ, Carlos Lauría, em um comunicado da organização.

Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking do CPJ de países mais mortíferos para jornalistas em 2015. O radialista João Valdecir de Borba, ou "Valdão," foi morto no dia 10 de março no estado do Paraná. Se as autoridades determinarem que a motivação para o crime tem relação com o trabalho jornalístico da vítima, Borba será o primeiro jornalista assassinado na lista do CPJ deste ano.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

Artigos Recentes