Por Adriana Prado
Policiais armados invadiram um hotel onde estão hospedados jornalistas que cobrem os protestos contra e a favor do presidente Hosni Mubarak em Cairo, no Egito. Entre os profissionais que tiveram seus quartos vasculhados estão os repórteres brasileiros Fernando Duarte, do Globo, Samy Adghirni, da Folha de S. Paulo, e Jamil Chade, do Estado de S. Paulo, informou o UOL Notícias. O prédio fica na praça Tahrir, epicentro das manifestações. Repórteres de vários países vem sendo ameaçados, atacados, detidos e até sequestrados no país.
Os homens estavam atrás de câmeras fotográficas e de vídeo, já que equipes como a da rede de TV americana CNN estão usando as sacadas para fazer imagens dos conflitos, explicou a Folha. O enviado especial do jornal ao país contou que três pessoas entraram em seu quarto e o vasculharam em busca de tais equipamentos. Segundo ele, o trio estava de terno e gravata e sem nenhuma identificação. Depois de checar o cômodo, ele saíram sem levar nada, mas antes avisaram que o uso de câmeras estava proibido. O site da publicação disponibiliza o áudio do relato do jornalista.
Já o repórter do Estadão teve seu quarto invadido por seis homens, três deles armados. Eles também procuraram por câmeras e avisaram que seu uso não era permitido.
O envidado especial do Globo ao Egito escreveu: "Meu quarto é invadido por quatro seguranças do Ramsés Hotel ordenando o fim de imagens dos tumultos. Depois de ver o Exército invadir o 24º andar para confiscar câmeras da al-Jazeera na terça-feira, obedeço sem um pio".
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.