A comunidade judaica na Venezuela apresentou uma ação judicial ao Ministério Público contra a Rádio Nacional da Venezuela (RNV) e uma jornalista por supostamente propagar mensagem com conteúdo considerado "falso e claramente antissemita", informou o TalCualDigital.
A ação foi proposta nesta terça-feira, 24 de maio, pela Confederação de Associações Israelitas da Venezuela (CAIV), representando toda a comunidade judaica no país. A entidade faz alusão ao programa transmitido pela RNV no dia 4 de abril de 2011, quando a jornalista Cristina González recomendou a leitura de "Os Protocolos dos Sábios de Sião", um panfleto publicado pela primeira vez na Rússia czarista, que denuncia uma suposta conspiração judaica para dominar o mundo, disse o El Universal.
"Por isso, solicitamos ao Ministério Público que abra uma investigação e determine responsabilidades exemplares", afirmou a CAIV em comunicado. Salomón Cohen, líder da comunidade judaica na Venezuela, descartou que este episódio faça parte de uma política oficial de ataque aos judeus, mas pediu à imprensa que a situação não se repita. "O presidente Hugo Chávez já nos disse que não é antissemita”, explicou, citado pelo El Nacional.
A CAIV destacou também que o panfleto "só semeia o ódio e a discriminação" e observou que "todos os países democráticos punem quem o publica e acusam criminalmente... quem o promove".
Cristina González foi presidente da Rádio Sul até maio de 2010, quando foi demitida após a cobertura da extradição para Bogotá do jornalista Joaquín Becerra Pérez em abril. Esta semana, os jornalistas da estação relataram pelo menos cinco demissões por ordem do Ministro das Comunicações, segundo o kaosenlared.net, enquanto a Prensa Latina, agência de notícias cubana, anunciou uma reorganização da Rádio del Sur para operar em conjunto com a Telesur.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.