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Sátira da Folha gera discussão sobre liberdade de expressão e propriedade intelectual na internet

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  • 23 dezembro, 2010

Por Maira Magro

A liminar que tirou do ar a Falha de S. Paulo, uma sátira na internet do jornal Folha de S. Paulo, vem gerando discussões sobre propriedade intelectual e liberdade de expressão na rede. O site falhadespaulo.com.br fazia críticas e piadas sobre a cobertura jornalística do diário paulista, com manchetes e montagens humorísticas. Na semana passada, o Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a liminar, dizendo que o site faz “concorrência parasitária” contra o maior jornal do Brasil.

A Folha processou os responsáveis pelo site reclamando de uso indevido da marca
– segundo o grupo, a semelhança entre os títulos e os domínios na web poderia causar confusão no leitor.

Já os autores da Falha de S. Paulo, o jornalista Lino Bocchini e o irmão, Mário Bocchini, acusam o jornal de censura. Depois que o site foi tirado do ar, usuários criaram diversos blogs na internet reproduzindo seu conteúdo, com novas sátiras e atualizações sobre o caso. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo criticou a liminar.

A advogada da Folha disse ao Portal Imprensa que a intenção do processo não é tirar o site do ar, mas impedir o uso da marca do jornal pelo site humorístico.

Os autores da Falha manifestaram a preocupação de que, se forem condenados, terão que pagar uma indenização por danos morais ao grupo Folha, com valor a ser definido pela Justiça.

Desde então o assunto vem ganhando repercussão internacional na internet, com artigos e comentários críticos no Global Voices Online, no site da revista Wired e no Twitter de John Perry Barlow, um dos fundadores da Electronic Frontier Foundation (EFF), instituição sediada na Califórnia que defende a liberdade de expressão. Segundo a Wired, um participante do grupo de hackers "Anonymous" também saiu em defesa da Falha, criando um blog para reproduzir seu conteúdo.

Nos EUA, o site www.fauxnewschannel.com faz uma sátira do canal Fox News.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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