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Jornalista da Nicarágua que foi presa pelo governo Ortega recebe prêmio Coragem no Jornalismo da IWMF

A jornalista nicaraguense-costarriquenha Lucía Pineda foi uma das cinco jornalistas homenageadas com o prêmio Coragem no Jornalismo 2019 da International Women’s Media Foundation (IWMF).

Lucía Pineda Ubau (Twitter)

Lucía Pineda Ubau (Twitter)

O prêmio, anunciado em 9 de julho, celebra “as corajosas jornalistas que cobrem temas tabu, trabalham em ambientes hostis para mulheres e compartilham verdades difíceis”.

Pineda, diretora do canal 100% Noticias, e seu colega, o diretor Miguel Mora, foram presos quando sua redação foi invadida pela polícia no dia 21 de dezembro de 2018. Eles foram acusados de “fomentar e incitar ódio e violência” e de “provocação, proposição e conspiração para cometer atos terroristas”, segundo a DW.

Os dois foram finalmente libertados em 11 de junho, após seis meses atrás das grades. Pineda disse que ela sofreu ataques psicológicos enquanto estava na prisão e que foi acusada de ser uma líder do golpe.

“Enquanto estava na prisão, Pineda nunca desistiu, dizendo que ‘tudo que fiz foi por amor pelo meu país’”, observou a IWMF em seu comunicado de imprensa sobre o prêmio.

Em um vídeo no Facebook, Pineda disse que Deus protegeu a equipe de 100% Noticias na “cobertura histórica que fizemos do massacre que o governo da Nicarágua realizou contra o povo”.

“Como jornalista, não buscamos nenhum prêmio. Apenas queríamos informar e é gratificante que te premiem por fazer teu trabalho, por informar”, disse ela.

Ela disse que espera retornar para um redação ativa, que cidadãos e jornalistas nicaraguenses possam voltar a seu país e que a redação do site Confidencial seja restituída.

“Sigamos orando para que Deus permita que exerçamos nossa profissão na Nicarágua sem ser perseguidos, assediados, ameaçados, encarcerados ou assassinados”, disse Pineda.

Outras vencedoras do prêmio Coragem no Jornalismo são as jornalistas ucranianas Anna Babinets, do SLIDSTVO.INFO, e Nastya Stanko, do Hromadske; Anna Nimiriano, do The Juba Monitor, no Sudão do Sul, e Liz Sly, chefe da sucursal do jornal norte-americano Washington Post em Beirute, no Líbano. O IWMF Lifetime Achievement Award, prêmio que reconhece a trajetória de profissionais no jornalismo, ficou com as fundadoras da IWMF em celebração ao 30o aniversário da fundação.

Todas as ganhadoras serão reconhecidas em cerimônias em Nova York e Washington, D.C., nos Estados Unidos.

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