Por Maira Magro
“Cala boca, Galvão” é um dos tópicos mais comentado no Twitter há cinco dias – na frente até mesmo de “Fifa World Cup”. Ao redor do mundo, alguns acreditaram que se trata de uma campanha para salvar um pássaro em extinção. Ou um clip inédito da cantora americana Lady Gaga. Quem é brasileiro logo entendeu – mas guardou segredo. Até que o jornal espanhol El País revelou: “Na verdade, ‘Cala boca, Galvão’ é uma grande piada dos usuários brasileiros. Galvão Bueno é um dos narradores esportivos mais conhecidos no país do futebol.”
A brincadeira começou na quinta-feira passada, durante a cerimônia de abertura da Copa do Mundo. “Galvão Bueno, locutor da TV Globo, não parava de falar durante a transmissão”, descreveu El País nesta segunda-feira, 14. Telespectadores brasileiros começaram a tuitar a frase “Cala boca, Galvão” sem parar, até que ela entrou nos “trending topics” – a lista dos assuntos mais comentados no serviço de microblogs. Quando usuários de outros países perguntaram do que se tratava, os brasileiros criaram uma quantidade de explicações – todas elas falsas, mas com o propósito de fazer com que o termo fosse "retuitado" ao máximo.
A versão mais difundida diz que Galvão é um pássaro em extinção, e que cada “tweet” com o termo resultaria na doação de R$ 0,10 para um certo “Galvão Institute”. Um vídeo em inglês de qualidade diz que mais de 300 mil desses pássaros são mortos a cada carnaval para confeccionar fantasias com as penas. Outra história é que se trata de um novo hit da cantora Lady Gaga.
O assunto foi parar até nos blogs do New York Times, como The Lede e este, sobre a Copa do Mundo. O Global Voices também explicou o "fenômeno", que já está até na Wikipedia.
Artistas da Globo saíram em defesa do locutor, com o tweet "Free Galvão", relatou a Veja. O site de tecnologia Mashable explicou a brincadeira numa lista dos tópicos da Copa mais mencionados no Twitter. O Globo comentou, citando os usuários: “Já há quem diga que é a maior piada interna do mundo”.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.