Por Ingrid Bachmann
Uma pesquisa realizada pela consultoria Ibarómetro com jornalistas de diferentes meios de comunicação da Argentina revelou que 80% dos entrevistados consideram haver liberdade de expressão no país, noticiou a agência estatal Télam. Já 73% dos entrevistados disseram estar de acordo com a Lei dos Meios Audiovisuais, uma norma que vem gerando tensões e conflitos judiciais entre o governo e os grandes grupos de mídia argentinos.
De acordo com a agência El Vigia, 240 de 2 mil jornalistas responderam à pesquisa. Os entrevistados definiram o jornalismo argentino com palavras duras, classificando-o de medíocre, condicionado e ideologizado. Robert Cox, colunista do jornal Buenos Aires Herald, afirmou que o conflito entre mídia e governo colocou os jornalistas argentinos “em guerra entre eles mesmos”.
A Lei dos Meios Audiovisuais, aprovada em outubro de 2009, dividiu as freqüências de transmissão da mídia privada de rádio e televisão, a mídia estatal e os grupos da sociedade civil. A lei também limitou o número de licenças de rádio e televisão nas mãos de um mesmo proprietário, uma regra que vem sendo combatida por várias empresas de mídia. A norma, no entanto, conta com o apoio de vários setores da sociedade.
A norma vem tendo eco em outros países. No mês passado, o novo ministro das Comunicações do Brasil se manifestou contra a concentração das concessões dos meios de comunicação. Repercussões semelhantes são vistas na Bolívia.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.