No 29º aniversário do assassinato de oito jornalistas e seu guia na comunidade de Uchuraccay, no Peru, a Associação Nacional de Jornalistas do Peru (ANP) criticou o projeto de lei conhecido como “Lei da Mordaça”, considerado cerceador da liberdade de imprensa no país.
Em uma carta dirigida ao presidente do Peru, Ollanta Humala, a ANP declarou que esta lei é desnecessária, produz mais perigos e dificuldades para jornalistas, limita a informação de interesse público e dá poder absoluto aos juízes, entre outras coisas.
Segundo explicou o jornal equatoriano Hoy, a polêmica lei "penaliza a difusão de conversas telefônicas ou eletrônicas”. Isto causou preocupação entre várias associações jornalísticas, como o Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS, na sigla em espanhol), que declarou que a lei é uma ameaça à liberdade de imprensa.
Os jornalistas lembrados neste aniversário foram assassinados enquanto investigavam um massacre cometido pelo grupo terrorista Sendero Luminoso, explicou Prensa Latina.
A vice-presidente do Peru, Marisol Espinoza, prestou uma homenagem aos jornalistas, afirmando que este era “um dia de reflexão e de compromisso com a liberdade de expressão. O presidente [Humala] reafirma esse compromiso com a imprensa”, noticiou a Revista Generaccion.
Referindo-se à lei da mordaça, o presidente Humala disse que “seu compromisso com a liberdade de expressão é forte e que não tem tempo de tomar atitudes arbitrárias contra a imprensa”, repercutiu o jornal El Comercio.