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Associação mundial de radiodifusores condena repressão a rádios comunitárias no México

Após o fechamento de duas rádios comunitárias mexicanas nas últimas duas semanas, a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC) pediu às autoridades do país que parem de criminalizar as emissoras comunitárias, informou a Púlsar, agência informativa da AMARC na América Latina e no Caribe.

Em vez de “criar uma legislação e políticas públicas que criem condições para a existência legal das emissoras”, o governo mexicano continua fechando, processando e multando quem usa as frequências de rádio sem a devida autorização, disse a IFEX.

Funcionários da Comissão Federal de Telecomunicações recentemente apareceram, por exemplo, nas antigas instalações da Radio Diversidad, em Paso del Macho, estado de Veracruz. A emissora foi fechada no ano passado e dois de seus integrantes enfrentam processos penais, baseados em uma lei que prevê prisão para quem opera uma rádio sem licença, acrescentou a IFEX.

Em outro caso, cerca de 30 agentes se instalaram na entrada do povoado de Xaltepec, no estado de Puebla, para evitar que os moradores impedissem o fechamento da emissora comunitária local, a Radio Xalli, informou a AMARC. Para a associação, a ação das autoridades foi “abusiva” e “intimidatória”, já que a Radio Xalli vinha operando com a devida licença desde o início de 2010.

A repressão contra as rádios comunitárias no México coincide com crescentes ataques a esse tipo de emissora em Honduras.

Em meados de março, por exemplo, o diretor da rádio La Voz de Zacate Grande foi baleado na perna ao ser atacado por pessoas descontentes com a posição da emissora em relação a um conflito entre trabalhadores rurais e um magnata local. Horas depois, uma repórter da mesma rádio recebeu ameaças de morte.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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