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Caso de difamação contra jornalista boliviano é arquivado após retratação sobre fala contra o presidente

Um juiz boliviano arquivou o processo legal contra o jornalista Humberto Vacaflor por difamação. O processo havia sido iniciado pelo presidente do país, Evo Morales, que apresentou uma denúncia contra o jornalista.

A queixa estava relacionada com declarações feitas por Vacaflor vinculando Morales com o assassinato de um policial e de sua esposa no ano 2000. No momento das mortes, Morales era um deputado e líder cocalero. O presidente foi eximido de responsabilidade pelo crime em 2002, mas, no início do ano, um ex-senador e ex-asessor de Morales assegurou que o mandatário estava presente na reunião onde se decidiu o assassinato, segundo EnlacesBolivia.net.

Na época, a Sociedad Interamericana de Prensa classificou o processo de “intimidação”, e o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) pediu que Morales retirasse a denúncia. Segundo o CPJ, Vacaflor disse à organização que queria que o seu caso fosse tratado por um tribunal especial, que julga especificamente os casos da imprensa.

No entanto, o juiz René Delgado se negou a transferir o caso, informou Erbol.

Como parte del caso, Vacaflor se retratou das suas declarações sobre Morales após ordem do juiz, de acordo com o La Razón. Como publicou Erbol, o jornalista “reconheceu que se equivocou em não mencionar que a sua afirmação estava baseada em testemunhos da época".

“Eu voltei atrás, eu realmente me retratei. O que eu posso fazer? O sistema é tão poderoso”, disse Vacaflor, segundo o La Razón.

El Deber relatou que, em uma coletiva de imprensa, Morales disse “está perdoado, está desculpado, eu não tenho problemas com isso, mas ele tem que dizer a verdade".

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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