Por Dean Graber
A Copa do Mundo de 2010, que, segundo estimativas, será o evento mais assistido pela TV em toda a história, começou na sexta-feira, 11 de junho, na África do Sul, com repórteres reclamando da escassez e da lentidão do acesso à internet no International Broadcast Centre, o centro de imprensa do mundial.
Centenas de emissoras de mais de 70 países transmitem o campeonato para uma audiência de mais de 26 milhões de pessoas, calculam especialistas em futebol. A Televisa, do México, levou para a África uma equipe de 210 profissionais; a TVN, do Chile, um time de 25. Pela primeira vez, todos os comentaristas da ESPN irão narrar os jogos com sotaque inglês. A BBC está fazendo uma cobertura em 11 línguas. Mas, com novos tipos de mídia digital competindo com a TV, as partidas de futebol são apenas parte da experiência completa da Copa, aponta a Associated Press.
"Com os jogos passando ao vivo nos telefones celulares e computadores, a Copa do Mundo terá mais cobertura online que qualquer outro evento esportivo até hoje", afirma a AP. "Assistir aos melhores momentos dos jogos no dia seguinte pela TV ou pelo YouTube irá parecer, de repente, uma forma antiquada de se manter atualizado."
Na América Latina, o interesse da população em se informar sobre a Copa do Mundo por smartphones e outros equipamentos de tecnologia móvel varia de acordo com o país. "Os brasileiros são duas vezes mais propensos (21%) a receber informações sobre os jogos por telefone celular que os argentinos (10%). Mas nenhum dos dois países se aproxima da realidade na Venezuela, onde 27% das pessoas entrevistadas disseram que irão acompanhar as partidas pela internet móvel", diz Roger Entner, da Nielsen. “Nos Estados Unidos, 23% das pessoas disseram que irão assistir à Copa pelo telefone celular, e no Canadá, apenas 11%."
A competição, que dura um mês, vai gerar US$ 1,5 milhão em gastos com anúncios este ano, contribuindo para uma recuperação da indústria mundial de publicidade, diz a Bloomberg. Ao mesmo tempo, centenas de milhares de pessoas no mundo inteiro irão assistir aos jogos através de sinais piratas, e os organizadores do campeonato não têm muito o que fazer sobre isso, diz Guy Berger, do jornal sul-africano Mail & Guardian.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.