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Correspondente veterano teme pelo futuro da cobertura internacional

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  • 28 outubro, 2010

Por Ian Tennant

O veterano correspondente americano Mort Rosenblum não gosta do rumo que a cobertura internacional dos veículos de imprensa dos Estados Unidos parece estar tomando.

“Estou realmente preocupado”, disse a uma pequena multidão na Universidade do Texas em Austin, no dia 26 de outubro. “Estou seriamente preocupado”.

O Centro Knight para o Jornalismo nas Américas organizou uma palestra de Rosenblum, que estava na cidade para o lançamento de seu livro mais recente, Little Bunch of Madmen: Elements of Global Reporting (Um pequeno grupo de loucos: Elementos da reportagem global).

Rosenblum, que começou a carreira em 1963 em Caracas, na Venezuela, lamentou os cortes orçamentários que dizimaram as equipes internacionais dos principais jornais diários. Como exemplo, ele citou o Washington Post, que hoje tem apenas um correspondente de meio período em Paris.

Correspondente da agência americana de notícias Associated Press (AP) por vários anos, ele hoje vive na França, mas retorna aos EUA anualmente para dar aulas de jornalismo internacional na Universidade do Arizona em Tucson, onde cresceu. Para Rosenblum, as escolas de jornalismo tem quatro anos para convencer os jovens repórteres de que "você tem que estar lá. Essa é a diferença entre fazer jornalismo e reescrever material de outras fontes (churnalism)”.

“Churnalism,” disse, é um "jornalismo máquina de lavar” - quando jornalistas sentados em seus escritórios nos EUA discutem idéias enquanto as notícias de verdade acontecem em outros países.

“Se nós não estamos lá, eles (os leitores) não estão lá,” argumentou a um grupo de estudantes de jornalismo da Universidade do Texas, que esteve com ele antes da palestra.

Ex-editor do International Herald Tribune, Rosenblum contou que Little Bunch of Madmen: Elements of Global Reporting foi feito para servir como um manual para estudantes de jornalismo dispostos a cobrir notícias internacionais. Embora diga estar pessimista em relação à vontade das principais empresas de comunicação americanas de investir na cobertura internacional, ele comemora iniciativas na internet como a GlobalPost. A agência de notícias internacionais online lhe pediu que escrevesse sobre a política externa do movimento conservador Tea Party nos EUA.

Se admite manter uma relação de amor e ódio com redes sociais e blogs, Rosenblum teme que a velocidade das notícias possa, em vez de informar, acabar desinformando.

"Temos a habilidade de entender as coisas de maneira errada na velocidade da luz. E fazemos isso", concluiu.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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