Por Ingrid Bachmann
“Seria importante nacionalizar os meios de comunicação”, afirmou a presidente Cristina Kirchner em um discurso, defendendo ainda que seria relevante que a imprensa “defenda os interesses do país”, relataram a Télam e o Página 12.
Cristina esclareceu que não estava falando de uma estatização da imprensa, observa a EFE, mas que sua sugestão é de que os meios “adquiram consciência nacional”. Segundo a presidente, os meios de comunicação argentinos atualmente se dedicam a destacar os problemas do país, enquanto, durante outros governos, “taparam, ignoraram e muitas vezes foram cúmplices da política entreguista e de subordinação”.
O governo de Cristina mantém relações tensas com os meios de comunicação privados. O conflito inclui o gerenciamento da empresa Papel Prensa, a principal produtora de papel jornal na Argentina e que opera atualmente como uma sociedade entre o Estado e os diários Clarín e La Nación.
Em um ato na Casa Rosada, a sede do governo argentino, Cristina anunciou o envio ao Congresso de um projeto de marco regulatório para a produção e comercialização do papel para diários e revistas, informou a Gaceta de Tucumán. Na ocasião, a presidenta acusou Clarín e La Nación de manter “todo o povo argentino” como “refém” com suas decisões sobre a empresa papeleira, reporta o Perfil.
O projeto é paralelo a outro, discutido pela Câmara dos Deputados, que, em 19 de outubro, aprovou em comissões, declarar a fabricação de papel diário como uma “utilidade pública”, acrescenta a agência italiana ANSA.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.