O diretor e filho do dono do jornal Hora H, que circula na Baixada Fluminense, José Roberto Ornelas de Lemos, foi assassinado com 44 tiros em Nova Iguaçu, na noite desta terça-feira, 11 de junho, noticiou o portal Uol. Parentes do empresário informaram que ele já havia sofrido outro atentado em 2005, segundo o jornal Extra. Com o crime, sobe para cinco o número de jornalistas brasileiros cujo assassinato pode estar relacionado à profissão este ano.
Segundo testemunhas, Lemos estava com amigos em uma padaria que frequentava quando bandidos encapuzados atiraram de dentro de um carro cinza, fugindo após os disparos. Lemos chegou a ser socorrido, mas morreu a caminho do hospital.
De acordo com O Globo, o pai da vítima, que costuma usar um carro blindado, disse que o filho sofria constantes ameaças. “O jornal é muito forte na região. A gente vinha batendo muito em alguns assuntos”, contou.
O delegado Marcos Henrique de Oliveira Alves, que investiga o caso, afirmou que o assassinato de Lemos pode estar relacionado com seu trabalho à frente do diário. "Não descartamos nenhuma possibilidade, mas vamos investigar a linha de que José Roberto possa ter deixado alguém insatisfeito com o que fazia no jornal. O crime foi planejado", disse, citado pelo O Globo.
Em 2003, o diretor do Hora H chegou a ser preso com um empresário, acusado de intermediar a contratação de dois pistoleiros que assassinaram o então subsecretário de governo de São João de Meriti, Kennedy Jaime de Souza. Ao ser preso, José Roberto negou a participação no crime e ganhou, na Justiça, o direito à liberdade.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.