Por Liliana Honorato
Dois jornalistas peruanos foram condenados a dois anos de prisão com suspensão de pena e ao pagamento de aproximadamente 22 mil dólares cada ao ex-ministro do Interior Antonio Ketín Vidal Herrera, que os processou por difamação em 2011, informou o Instituto Imprensa e Sociedade (IPYS).
O director do Diario 16, Juan Carlos Tafur, e o repórter Roberto More foram processados por difamação e calúnia após a noticiarem o suposto vínculo entre Ketín e a família Sánchez Paredes, investigada durante anos por tráfico de drogas, informaram o diário Perú21 e a agência de notícias EFE.
Os jornalistas afirmam terem se baseado “em um documento da polícia", acrescentou o Perú21.
De acordo com o La República, há poucos dias, a Unidade de Investigação e Anticorrupção do Escritório de Controle da Magistratura (OCMA) havia pedido uma “multa de 10% do salário do juiz Chávez Hernández pelas diversas irregularidades no trâmite do processo”. O Instituto de Defesa Legal (IDL) apelará da decisão, em virtude das diversas irregularidades no julgamento, acrescentou o Correo.
Jornalistas peruanos têm enfrentado ataques e ameaças, especialmente de agentes públicos. Também têm sido alvo de processos penais por difamação. Em novembro de 2011, o jornalista peruano Teobaldo Meléndez Fachín foi condenado a três anos de prisão com suspensão de pena por difamação, mas, em março deste ano, a Suprema Corte anulou a condenação.
No início de maio, o Escritório de Direitos Humanos do Jornalista (OFIP), da Associação Nacional de Jornalistas do Peru (ANP), publicou um relatório no qual registra 49 agressões contra jornalistas no Peru em 2012.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.