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Governo cubano coloca novos editores nos dois principais jornais oficiais como parte de processo de "renovação"

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  • 25 outubro, 2013

Por Carola Guerrero*

O governo cubano contratou novos editores para seus dois principais jornais, Granma e Juventud Rebelde, como parte de um chamado processo de “renovação” para melhorar a imprensa oficial do país, segundo a BBC.

Granma é o principal jornal do Partido Comunista e Juventud Rebelde é sua publicação orientada aos jovens. Segundo a BBC, o novo editor de Granma, Pelayo Terry, ex-diretor de Juventud Rebelde, tem uma linha editorial menos dura que a de seu predecessor, Lázaro Barrero. Marina Menéndez substitui Terry em Juventud Rebelde.

No início de outubro, os funcionários cubanos sustituiram Barrero, que foi editor de Granma pelos últimos oito anos. A mudança foi descrita como um passo para o “novo tipo de jornalismo”, proposto durante o IX Congreso da União de Jornalistas e Escritores de Cuba (UPEC). Durante o congresso, os políticos fizeram um chamado para um jornalismo mais transparente e menos auto-censurado.

“Sendo sincero, depois deste congresso já não podemos seguir fazendo a mesma imprensa, porque os debates chegaram ao público, porque se expressou a vontade do governo de que necessitamos outro tipo de jornalismo," disse Julio Acanda, jornalista da imprensa oficial do país, a Radio Martí em uma entrevista realizada em 5 de setembro.

Contudo, os problemas para a imprensa independente na ilha continuam. Poucos dias depois das mudanças anunciadas, cinco jornalistas dissidentes foram detidos brevemente.

E dois meses depois do IX Congreso da UPEC, Cuba rechaçou várias recomendações da ONU sobre a liberdade de expressão, em particular, “garantir a liberdade de expressão e de reunião pacífica, assim como a livre atividade dos defensores de direitos humanos, jornalistas independentes e os de oposição ao governo", destacou Notimex.

O presidente cubano, Raúl Castro, descreveu a cobertura de imprensa oficial como “triunfalista”, centrada nas informações positivos sobre a economia e as visitas oficiais.

Em 2012, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), classificou Cuba como o nono país mais censurado no mundo. Cuba está entre os três países mais repressivos em matéria de liberdade de Internet, segundo a Freedom House.

*Carola Guerrero é estudante da matéria “Reporting Latin America” na Universidade do Texas em Austin.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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