O jornal La Hora, do Equador, afirmou que o governo está pedindo que a publicação censure seus leitores. O secretário nacional de Comunicação, Patricio Barriga, teria mandado uma carta à redação do diário, exigindo uma "filtragem efetiva" dos comentários dos leitores, segundo o próprio La Hora.
"Em diversas oportunidades pudemos constatar publicações ofensivas, que se disfarçam de opiniões 'cidadãs' e que têm encontrado espaço nas versões impressa e virtual do jornal. Esses comentários atentam contra a honra das pessoas, incluindo o presidente", diz a carta, de acordo com o jornal.
Para o governo, a publicação de tais comentários poderia incidir em violações Convenção Americana sobre Direitos Humanos, por "alimentar sentimentos de ódio".
Por isso, o governo pede que o jornal assuma sua responsabilidade ulterior, ou seja, assumir a responsabilidade quando se publica informações que atentem contra a honra das pessoas.
Para a ONG equatoriana Fundamedios, "trata-se de um grave ato de censura" especialmente porque, estando o país em período eleitoral, deve-se garantir o livro fluxo de ideias.
O diario La Hora, desde outubro de 2012, decidiu suspender indefinidamente os comentários de seus leitores na versão digital, para evitar ofensas, segundo a Fundamedios. Ainda assim, em novembro de 2012, publicou um pedido de desculpas ao governo por ordem da Justiça. .
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.