Um blogueiro equatoriano que criou as hashtags 30S e 30-S para seguir notícias no Twitter sobre uma revolta de policiais ocorrida no dia 30 de setembro de 2010 no país se opõe à tentativa do governo de registrar a sigla 30S como marca, segundo o El País e o El Universo.
O registro “abriria um estranho precedente, pois poderiam processar pessoas que usam a marca por motivos não alinhados com os interesses do nosso governo e isso facilitaria atentar contra a liberdade de expressão”, escreveu Eduardo Arcos em seu blog.
A Presidência abriu um processo para registrar como marcas as siglas 30S e 30-S e a frase “proibido esquecer” no Instituto Equatoriano de Propriedade Intelectual, de acordo com o jornal Hoy. Se o registro for feito, o presidente Rafael Correa e seu governo poderão usar as siglas para fins publicitários e comerciais, acrescentou a publicação.
Arcos, que vive na Espanha e é fundador da rede de blogs Hipertextual, disse que a "30S é uma sigla usada por milhões de equatorianos para lembrar um dia em particular e, por isso, não deveria pertencer a ninguém", de acordo com o site Plegaria de un Pagano.
Para o blogueiro, com o registro das siglas, veículos de comunicação, blogs e sites poderia ser processados pela publicação de edições especiais sobre os protestos contra o presidente Rafael Correa, no dia 30 de setembro de 2010.
Fontes do governo afirmam, porém, que o pedido de registro tem sido manipulado politicamente e que não há intenção de atacar a liberdade de expressão, segundo o El Tiempo.