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Grupo de direitos humanos apresenta queixa na ONU por suposta tortura policial sofrida por jornalista paraguaio

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  • 6 fevereiro, 2014

Por Travis Knoll

O escritório dos Direitos Humanos do Paraguai (Codehupy, na sigla em inglês) levou as alegações de tortura ao jornalista paraguaiano Paulo López à ONU na semana passada, de acordo com a revista paraguaiana E’a.

López, que trabalha na E'a, foi detido em Assunção em 3 de janeiro, após questionar a detenção de protestantes contra o aumento dos preços dos transportes públicos. De acordo com o jornalista, o delegado de polícia local, Édgar Galeano, encarcerou López por “promover distúrbio". O policial levou a câmera e outros pertences do jornalista, alegando que o seu comportamento estava sendo vigiado e ameaçando Lopéz de plantar provas no seu registro criminal.

López acrescentou que Galeano também o agrediu no pescoçocom sua arma e o atirou no chão para bater nele com outros policiais. López ainda acusou o policial de falsificar o registro de ocorrência ao omitir a agressão sofrida por Galeano e afirmar que ele teria entregue seus pertences por livre vontade. De acordo com López, o policial tentou devolver seu equipamento como distração.

De acordo com a versão do delegado, López reagiu de forma "agressiva" quando foi questionado sobre o status dos protestantes detidos, agredindo supostamente outro policial que teve de ser hospitalizado, segundo ABC Color.

A União de Jornalistas Paraguaianos disse que a investigação ainda está na fase inicial.

O departamento paraguaiano dos Direitos Humanos levou o caso ao especialista da ONU em Promoção e Proteção dos Direitos de Liberdade de Expressão, Frank La Rue, e a Juan Mendez, especialista em casos de Tortura, Tratamentos Cruéis e Desumanos. Foi também pedido ao departamento de Detenção Arbitrária para analisar a possível violação do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (ICCPR, na sigla em inglês) e a alegação de tortura de acordo com o art. 1º do Pacto contra a Tortura, Tratamentos Cruéis e Desumanos da ONU.

O grupo Codehupy veio a público dias após o jornalista ter submetido outra queixa no escritório do Procurador Geral do Estado, no Paraguai.

López foi também o centro de outra controvérsia. No ano passado, López acusou a ABC Color de o despedir por ter se negado a 'fabricar' uma citação de Raúl Castro. A queixa atraiu a atenção da mídia a nível internacional, recebendo empatia por parte da mídia na Rússia, em Cuba e na Venezuela.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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