Em meio a muita polêmica, a Universidade de La Plata decidiu dar ao presidente venezuelano Hugo Chávez o prêmio Rodolfo Walsh para a Liberdade de Imprensa, na categoria comunicação popular, informou a Folha de São Paulo.
Segundo o jornal O Globo, os organizadores explicaram que a premiação reconhece o “compromisso inquestionável e autêntico em defender a liberdade dos povos, os direitos humanos e ser consistente com a verdade e os valores democráticos" do presidente venezuelano. Rodoldo Walsh foi jornalista e escritor, um dos fundadores da agência oficial cubana de notícias Prensa Latina, seqüestrado e desaparecido em 1977 durante a ditadura militar na Argentina.
No entanto, o reconhecimento de Chávez foi visto pela AFP como impopular, dada a política de comunicação social do presidente venezuelano, que tem enfrentado uma série de meios de comunicação privados.
A senadora e ex-jornalista Norma Morandini, da opositora Frente Cívica e membro da comissão de Sistemas, Meios de Comunicação e Liberdade de Expressão do Senado, criticou a concessão do prêmio, em declarações à AFP. Estão "consagrando o desprezo pela imprensa" afirmou, questionando a decisão, "por mais populares ou queridos que sejam os presidentes".
Jornalistas e veículos de mídia venezuelanos alegaram que a liberdade de expressão tem sofrido vários ataques na administração de Chávez, de acordo com o site La Notícia. Eles também lembraram que o presidente fechou 34 emissoras de rádio e duas de televisão pelo que chamou de motivos administrativos.
Chávez negou as acusações. "Nós não fechamos um único veículo de imprensa na Venezuela. Há plena liberdade de crítica e de pensamento", disse em sua chegada a Buenos Aires, segundo o El Universal. O decano da Faculdade de Jornalismo da Universidade de La Plata saiu em defesa do prêmio a Chávez. "Nós acreditamos que na Venezuela há liberdade de imprensa", disse Florence Saintout, citado pelo Clarín.
De acordo com o Infobae, após receber o prêmio, Chávez fez um apelo em favor da luta contra as "ditaduras midiáticas", para que sejam derrotadas.
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Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.
