Nos últimos anos, jornalistas do site peruano de investigação IDL-Reporteros vasculharam escândalos de corrupção que envolveram presidentes, políticos e juízes. O trabalho deles gerou investigações legais e reformas, mas também ataques online e protestos contra a equipe, assim como manobras para obrigá-los a revelarem suas fontes.
Em 28 de setembro, eles foram agraciados com o primeiro lugar no Prêmio Global Shining Light na categoria para veículos com as reportagens “Lava-Jato”/”Lava Juiz” (Lava Jato/Lava Juez).
“A IDL-Reporters foi um dos primeiros meios de comunicação a reportar os subornos da construtora brasileira Odebrecht e sua complexa rede de corrupção”, escreveu GIJN. "Enquanto os repórteres da IDL continuavam obstinadamente relatando o caso, seus jornalistas descobriram outra história importante: corrupção nos níveis mais altos dos tribunais do Peru".
Os jornalistas Gustavo Gorriti, Romina Mella Hernánd P. Floríndez, Rosa Laura e Margot Desautez trabalharam na série “Lava-Jato”. Para a série “Lava Juiz”, a equipe incluiu Gorriti, Mella, Floríndez, Laura, Desautez, Patricia Mayorga, Cruz Silva e Luis Miguel Purizaga.
A Rede Global de Jornalismo Investigativo (GIJN) anunciou os prêmios em sua conferência em Hamburgo, Alemanha. Os vencedores foram selecionados entre 12 finalistas, mas foram recebidas 291 inscrições iniciais de todo o mundo, de acordo com a organização.
O Prêmio Global Shining Light "homenageia o jornalismo investigativo realizado em países em desenvolvimento ou em transição, feito sob ameaça, coação ou nas mais severas condições".
Outras reportagens investigativas vencedoras vieram de Rappler (Filipinas); Africa Uncensored (Sudão do Sul); Daily Maverick, amaBhungane, News24, OpenUp, Finance Uncovered (África do Sul); e OCCRP (Azerbaijão).
O GIJN é uma "associação internacional de organizações de jornalismo que apoia o treinamento e o compartilhamento de informações entre jornalistas investigativos e de dados - mesmo em regimes repressivos e comunidades marginalizadas".