Por Ingrid Bachmann
O Granma, jornal oficial do Partido Comunista Cubano, afirmou que o jornalista Guillermo Fariñas corre risco de vida, depois de quase 130 dias em greve de fome. Em uma extensa entrevista, o diretor da UTI do hospital onde ele está internado disse que os médicos estão se aproximando dos limites possíveis para salvar sua vida.
A matéria não menciona que Fariñas é um dissidente, ou que o motivo de sua greve de fome é pressionar as autoridades a libertar os presos políticos da ilha. A mãe do jornalista interpretou o texto como uma tentativa do governo de se eximir de sua responsabilidade sobre a saúde do jornalista, informou a EFE. A Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN) afirmou que se Fariñas morrer, o único responsável será o governo Raúl Castro, por não soltar os presos políticos doentes, como pede o jornalista, afirmou El Nuevo Herald.
De acordo com a CCDHRN, atualmente existem 167 presos políticos em Cuba, "o número mais baixo desde a revolução de 1959", e quase a metade dos que havia quando Raúl Castro assumiu o poder, informaram a AFP e a Associated Press. Destes, 53 são considerados prisioneiros de consciência pela Anistia Internacional.
Apesar da queda no número de dissidentes encarcerados, as prisões de curta duração têm aumentado e a repressão na ilha continua, afirmou a Reuters, citando o relatório da CCDHRN.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.