Todos os anos, em 13 de agosto, a Colômbia se lembra de Jaime Garzón Forero, o jornalista e comediante assassinado na madrugada de 1999 quando estava em seu veículo em direção à estação Radionet em Bogotá.
Seu assassinato chocou o país. As imagens de seu enterro mostram a Plaza de Bolívar, a principal de Bogotá, cheia de gente que queria se despedir. Em meio a gritos e lágrimas, eles exigiram justiça.
No entanto, 21 anos após o crime, nem todos os envolvidos foram condenados, segundo a Fundação para a Liberdade de Imprensa (FLIP). O que está comprovado é que seu crime surgiu de uma aliança entre agentes do Estado e grupos paramilitares que viam em Garzón um suposto aliado da guerrilha. Algo que não foi comprovado, mas que estava relacionado ao trabalho de Garzón pela paz do país.
[Veja detalhes do caso neste artigo publicado no 20º aniversário do crime]
Até o momento, apenas duas condenações foram dadas pelo crime: a primeira contra o ex-chefe paramilitar Carlos Castaño e outra contra o ex-vice-diretor do agora extinto departamento de inteligência do país (DAS), José Miguel Narváez.
Castaño nunca cumpriu a pena que recebeu em 10 de março de 2004 porque morreu. Narváez foi condenado a 30 anos de prisão em 13 de agosto de 2018, mas em 19 de julho de 2019 sua pena foi reduzida para 26 anos.
Em 14 de setembro de 2016, o Conselho de Estado - instância máxima da Colômbia que define os processos que envolvem o Estado - condenou a Nação pelo crime. Segundo o Conselho de Estado, para cometer este homicídio se realizou uma aliança entre agentes do Estado e grupos estranhos à lei, neste caso, as Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC).
Dias depois, em 28 de setembro de 2016, a Procuradoria Geral da República declarou o homicídio um crime contra a humanidade. Isso permitiu que quando, 20 anos depois de cometido, o crime não prescrevesse, ou seja, o tempo para que sua investigação fosse encerrada conforme estabelece a legislação colombiana.
Pela importância que Garzón teve para a Colômbia, a data nunca passa despercebida. No local onde ficou o carro do jornalista, todos os anos as pessoas se reúnem para lembrá-lo. Desde as primeiras horas do dia, tags comoforam tendências no Twitter Colômbia #Garzónteníarazón, #21AñosSinGarzón ou #JaimeGarzón.
O Centro de Memória da Paz e Reconciliação realiza um evento virtual especial intitulado "Jaime Garzón, violência e impunidade contra a imprensa na Colômbia" por meio de sua página no Facebook. Da mesma forma, um grupo de artistas e ativistas realiza uma virtual comemoração de Garzón.
Esta artigo foi escrito originalmente em espanhol e traduzida por Júlio Lubianco.