O jornal mexicano Diario de Juárez denunciou que tem sido excluído da contratação de publicidade oficial da Secretaria de Segurança Pública federal desde o dia 20 de fevereiro.
O secretario de Segurança Pública, Genero García Luna, deu a entender ao dono do jornal, Osvaldo Rodríguez Borunda, que a causa da retirada de publicidade é que o jornal não publicava sua versão dos fatos. “Isso é falso, pois, quando temos uma nota crítica, buscamos seu ponto de vista e seus porta-vozes não respondem”, denunciou Pedro Torres Estrada, subdiretor editorial do diário de Ciudad Juárez, ao Centro de Jornalismo e Ética Pública (CEPET).
O dono do jornal enviou uma carta em 16 de março ao secretário de Segurança Pública para reafirmar o compromisso do veículo de incluir a versão da Polícia Federal e, em troca, pediu que a equipe de comunicação responda os pedidos de informação dos jornalistas.
Em um editorial, o jornal denunciou o uso de recursos públicos para impor a censura, observando também que esta atitude é um sinal de que outras ações podem ser tomadas contra jornalistas do El Diario.
O jornal assegura que, em abril de 2011, já havia ocorrido situação similar, mas que ela foi revertida após uma conversa com membros da área de comunicação do órgão público.
O Centro Knight para o Jornalismo nas Américas já havia informado a respeito das relações tensas entre as forças de segurança pública e os jornalistas em Ciudad Juárez. Organizações como Artigo 19 e Fundar alertaram que os governos federal e estadual do México retirou os investimentos comerciais em publicações de grande circulação como o jornal a.m. de Guanajuato, o Diario de Yucatán, as revistas Contralínea e Proceso e a Radio Bemba.