Por Maira Magro
O Jornal do Brasil, publicado desde 1891 no Rio de Janeiro, vai deixar de circular para sair só na internet, informou O Globo. O empresário Nelson Tanure, dono da marca, afirmou que definirá esta semana a data para o fim da edição impressa.
Pedro Grossi, que ocupa a presidência do jornal há quatro meses, deve deixar o cargo com o encerramento da publicação. Segundo o blog Janela Publicitária, ele chegou a enviar uma carta de renúncia ao jornal, mas permanece no expediente.
Antes de decidir acabar com o impresso, Tanure buscou, sem sucesso, um comprador para o JB. Atolado em dívidas e com a circulação em queda, o jornal tem hoje 180 funcionários, sendo 60 jornalistas. A tiragem é de 17 mil exemplares durante a semana e 22 mil no domingo. Na redação do jornal, diz O Globo, o clima é de tristeza e nervosismo.
O JB de hoje, publicado em formato tabloide, não lembra mais o jornal que se consagrou pela qualidade da cobertura de temas relevantes para o país e por edições memoráveis - como a de 14 de dezembro de 1968, noticiando o Ato Institucional Número 5 (AI-5), que acabou com garantias constitucionais e deu ao presidente da República o poder de fechar o Congresso. Naquele dia, driblando os censores da ditadura militar, o JB publicou a previsão do tempo na primeira página, dizendo que a temperatura estava "sufocante".
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.