Por Maira Magro
"Estou consciente da proximidade de minha morte e a considero uma honra, pois trato de salvar a vida de 25 presos políticos e de consciência dos quais a pátria necessita como líderes", afirmou o jornalista cubano Guillermo Fariñas, em greve de fome há 130 dias para pedir a libertação de presos de consciência na ilha.
A declaração foi feita em resposta à recente entrevista do Granma, o jornal do partido comunista cubano, com o diretor da UTI do hospital onde ele está internado. Foi a primeira vez que a imprensa oficial de Cuba mencionou a gravidade da saúde de Fariñas, ressaltando, no entanto, os recursos médicos empregados para tentar salvar o jornalista.
Fariñas critica o Granma por "usar o humanismo dos médicos" para preparar a imprensa internacional para seu falecimento. Ele também aponta que o jornal escondeu a razão da greve de fome: "Esqueceram de explicar o motivo do meu jejum, que no jornal é apresentado como um suicídio, e não explicaram aos leitores que Guillermo Fariñas está em greve de fome desde o dia 24 de fevereiro para soltar 25 dos 26 presos políticos que se encontram atrás das grades em Cuba como presos de consciência e com estado de saúde delicado".
Fariñas acusou os irmãos Fidel e Raúl Castro de serem os únicos responsáveis por sua morte: "Quero morrer em minha pátria diante dos narizes dos ditadores."
A resposta do jornalista ao Granma foi ditada por telefone e publicada pelo blog "Huelga de Hambre Cuba". Leia outras notícias do Centro Knight sobre Fariñas.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.