A organização de jornalismo americana Investigative Reporters and Editors (IRE) reconheceu a jornalista mexicana assassinada Miroslava Breach Velducea com a primeira Medalha Don Bolles Medal, nomeada em homenagem ao repórter dos Estados Unidos morto em 1976.
Breach, correspondente do jornal La Jornada, foi baleada quatro vezes na cabeça enquanto saía de casa no estado de Chihuahua em 23 de março de 2017. Ela foi uma entre os três jornalistas mortos no México naquele mês, e uma entre os sete repórteres mortos no país neste ano.
A IRE, que apresentou a medalha em sua conferência anual em Phoenix, Arizona, no dia 24 de junho, escolheu Breach como a primeira recipiente do prêmio "como símbolo das ameaças contínuas enfrentadas por jornalistas investigativos em todo o México", de acordo com um comunicado de imprensa da IRE. A repórter recebeu inúmeras ameaças e estava cobrindo crime organizado e corrupção no momento de seu assassinato.
A medalha Don Bolles "reconhece os jornalistas investigativos que mostraram coragem extraordinária em se colocar contra a intimidação e os esforços para reprimir a verdade sobre questões de importância pública".
Bolles morreu após a explosão de uma bomba plantada em seu carro, no dia 2 de junho de 1976. Repórter do Arizona Republic, ele investigava potenciais relações entre políticos e o crime organizado quando foi assassinado.
Em resposta à morte, a IRE criou o Projeto Arizona, que desenvolvido em Phoenix para continuar com a investigação de Bolles.
"A mensagem é: mesmo se você mata um repórter, você não pode matar a história", explicou a IRE, acrescentando que as descobertas foram publicadas em jornais em todo o país
A organização criou a Medalha Don Bolles para coincidir com o 40º aniversário do Projeto Arizona.
"A violência contra jornalistas precisa parar. Os legados de Miroslava Breach e Don Bolles devem representar o simples fato de que o assassinato nunca silenciará uma história", disse Matt Goldberg, presidente da Direção da IRE, em um comunicado de imprensa da organização.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.
