A jornalista mexicana Adela Navarro foi a única latino-americana na lista dos 100 Pensadores Globais da prestigiada revista americana Foreign Policy. A publicação destaca que Navarro continua investigando o crime organizado e a corrupção em seu país apesar dos frequentes casos de assassinato de jornalistas no México.
Apenas em 2012, já foram registrados sete assassinatos de jornalistas no México - o que torna o país o terceiro do mundo mais perigoso para a imprensa, atrás apenas da Síria e da Somália, de acordo com o Instituto Internacional de Imprensa (IPI). Segundo a Foreign Policy, cerca de 40 jornalistas foram mortos ou desapareceram durante o mandato do presidente Felipe Calderón, que iniciou uma ofensiva contra o crime organizado em 2006.
Navarro assumiu o cargo de editora do semanário Zeta depois que seus antecessores, Héctor Félix Miranda e Francisco Ortiz Franco, foram assassinados, em 1988 e 2004, respectivamente. “A revista de Navarro pratica um tipo de jornalismo essencial, mas extremamente perigoso: investigar a rota do dinheiro”, destacou a Foreign Policy.
Navarro, também nomeada um das 150 mulheres mais valentes do mundo, anda sempre acompanhada por dois guarda-costas, para continuar fazendo as perguntas necessárias, acrescentou a Foreign Policy.
A jornalista ocupa a posição de número 76, por ser uma exceção em relação à autocensura praticada por muitos profissionais mexicanos como forma de proteção, informou a BBC Mundo.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.