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Jornalista peruano que desapareceu no final de fevereiro é assassinado e esquartejado

O jornalista e produtor audiovisual peruano José Yactayo, desaparecido desde o dia 25 de fevereiro, foi assassinado e esquartejado, segundo informou a Polícia Nacional do Peru, após confirmar no dia 2 de março a identidade dos restos humanos encontrados em uma zona rural nos arredores de Lima.

Segundo o General Miguel Núñez Polar, chefe da Direção da Investigação Criminal da Polícia Nacional (Dirincri), o torso e o braço direito de Yactayo (55) foram encontrados em um cultivo de cana de açúcar em Catalán – zona da província de Huaura, a quase três horas de carro da cidade de Lima – na segunda, dia 27 de fevereiro. Um agricultor encontrou os restos dentro de uma maleta, que havia sido queimada, e informou à polícia, segundo o RPP Noticias.

O resto do corpo ainda não foi encontrado, informou a TV Panamericana. Tampouco se descobriu o motivo do crime.

Em declarações a diversos meios nacionais, Núñez Polar disse que a Polícia Nacional iniciou uma investigação por homicídio qualificado e que estariam “bem encaminhados para descobrir os autores do crime”.

Yactayo foi visto pela última vez no último sábado, dia 25 de fevereiro, em Lima, logo depois que amigos com os quais ele havia estado o deixaram a poucas quadras de sua casa, por volta das 18h, informou o jornal Correo.

O Ministério Público informou por meio do Twitter que abriu uma investigação para encontrar os responsáveis do crime contra Yactayo. A investigação foi ordenada pela juíza Fanny Uribe Tapahuasco, titular da 45ª Procuradoria Provincial Penal de Lima.

No dia 28 de fevereiro, três dias após o desaparecimento do jornalista, a mãe dele, María Ana Rodríguez, pediu, por meio de seu advogado, um Habeas Corpus instrutivo no 35º Juizado Penal. Esta medida de emergência agilizaria o levantamento das comunicações e da geolocalização do celular de Yactayo, para poder encontrar seu paradeiro, informou o site da Panamericana.

Segundo o jornal Correo, o celular do comunicador permaneceu desligado durante seu desaparecimento. No entanto, o aparelho foi ligado algumas vezes para responder a amigos e familiares que, preocupados com ele, tentavam contactá-lo por WhatsApp.

Colegas e amigos de profissão, como o jornalista Beto Ortiz, também tentaram se comunicar com o celular de Yactayo desde seu desaparecimento. Vários deles disseram ter recebido mensagens estranhas em resposta, vindas do celular do comunicador, e negaram que elas tenham sido escritas por Yactayo, informou o jornal Correo.

“Mandei uma mensagem para ele dizendo ‘ao que você se dedica?’, uma frase que usamos desde os tempos da Revista Dominical (antigo programa de jornalismo investigativo onde trabalharam juntos), que significa ‘o que você está fazendo neste momento?’ e ele me respondeu ‘estou fazendo Mestrado na Universidade Católica’”, disse Ortiza ao programa 90 Central, segundo reportou o jornal Correo.

Ortiz estrearia neste sábado, dia 4 de março, o programa de jornalismo cultural “Érase una Vez” no canal Latina, com Yactayo como produtor audiovisual.

Por sua parte, a jornalista Mabel Huertas, do noticiário Buenos Días Perí, da Panamericana, assegurou que as mensagens de WhatsApp enviadas pelo celular de Yactayo, por meio de alguém que se fez passar pelo jornalista,  haviam sido enviadas logo após a sua morte.

A Federação Internacional de Jornalistas (FIP) expressou sua preocupação pela morte de Yactayo e solicitou às autoridades uma investigação exemplar para encontrar os autores deste crime brutal.

A organização também condenou a morte de Julio Moises Mesco, outro jornalista peruano recentemente assassinado em Ica, no sul do país.

Mesco, de 27 anos, estava desaparecido desde o dia 11 de fevereiro e seu cadáver, sem roupas, foi encontrado no dia 27 deste mês, em uma captação hidráulica em Ocucaje, segundo o jornal Correo.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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