Laureano Márquez será um dos jornalistas a receber em novembro o Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), por ter “arriscado sua liberdade e segurança para reportar a verdade como ele a vê em seu país”.
Márquez, 47 anos, é descrito pelo CPJ como “jornalista, autor, ator e humorista” que “encontrou rico material na peculiar paisagem política venezuelana”. Ele é o “algoz da ala de esquerda do presidente Hugo Chávez e outros políticos, através de suas colunas combativas, de Caracas, para o jornal diário Tal Cual e outras publicações nacionais”.
Em fevereiro de 2007, Márquez e o Tal Cual foram multados por publicar uma “carta” satírica endereçada à filha de Chávez, que tinha nove anos. Na carta eles perguntavam se ela tentava convencer o pai a tratar melhor os opositores políticos. Em janeiro de 2010, numa outra peça satírica, Márquez imaginou uma Venezuela livre da opressão de um ditador chamado “Esteban”, uma velada alusão a Chávez. O Ministério de Comunicação e Informação considerou o editorial “uma agressão à democracia venezuelana” e “um convite a um golpe”. O Ministério também pediu o fechamento da publicação e a prisão dos responsáveis.
Os outros jornalistas que vão receber o prêmio do CPJ na cerimônia de 23 de novembro são: Dawit Kebede, da Etiópia; Nadira Isayeva, da Rússia; e Mohammad Davar, do Irã. Aryeh Neier, presidente do Instituto Open Society, baseado nos Estados Unidos, também receberá o prêmio Burton Benjamin Memorial por sua carreira defendendo a liberdade de imprensa e os direitos humanos.
"Os vencedores do Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa 2010 suportaram ameaças, violência, prisão e até mesmo tortura, devido a seus trabalhos como jornalistas", disse o diretor executivo do CPJ, Joel Simon. “Nós reverenciamos a iniciativa e a coragem deles e lhes damos nosso apoio."
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.