A organização Artigo 19 publicou em seu site cinco vídeos sobre a situação dos jornalistas no México. Os vídeos consistem em entrevistas com jornalistas mexicanos que contam em primeira pessoa suas experiências cobrindo a violência do crime organizado, as agressões que sofreram como parte de seu trabalho diário, a autocensura à qual têm sido submetidos, bem como as medidas de proteção e segurança que têm tomado diante da falta de autoridades que protejam o trabalho dos jornalistas ou punam os responsáveis por crimes contra a imprensa.
Entre as medidas de segurança, os jornalistas sempre informam a um familiar ou pessoa próxima sobre onde estão e chegam com grupos de colegas na cobertura de violência. "Se algo acontece, que ao menos nós saibamos onde começar a procurar", disse a repórter Sandra Rodríguez Nieto.
Outros, conscientes dos riscos que podem enfrentar, decidem fazer um plano de ação. "Antes, falei com a equipe da minha redação e disse: se me matarem, se me sequestrarem ou se desapareço, vocês têm que fazer isso e isso, e chamar estas e essas pessoas", narra a jornalista Lydia Cacho sobre as precauções que tomou antes de ser presa em 2005.
Alguns optaram por vestir coletes antibalas para cobertura de alto risco, enquanto outros tomam medidas como abaixar-se no chão, cobrir a cabeça e não olhar nos olhos de ninguém caso se encontram no meio de um tiroteio. Sanjuana Martínez, jornalista independente, rejeita a ideia de praticar a profissão escoltada por seguranças. “É impossível ir com dois gorilas fazer uma entrevista”, disse.
Os jornalistas narram como aprenderam a avaliar os riscos de seu trabalho, bem como administrar a informação para proteger suas vidas, mas também para manter-se independentes tanto de pressões de autoridades quanto do crime organizado.
Para ver os vídeos dessa série, clique aqui.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.