Por Sebastiao Albano
Centenas de jornalistas e pesquisadores se reuniram na semana passada em Natal (RN) para o Segundo Colóquio Mudanças Estruturais no Jornalismo (MEJOR) para discutir o impacto das novas tecnologias nos códigos de ética e na identidade da profissão de jornalista.
Realizado entre 7 e 10 de maio na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), uma importante instituição pública em um estado onde os meios de comunicação são controlados por poucas empresas privadas, o MEJOR foi “uma oportunidade para acadêmicos da América e da Europa pensarem juntos sobre o jornalismo em tempos de aparente liberdade de imprensa", disse a jornalista Maria Érica de Oliveira Lima ao Centro Knight para o Jornalismo nas Américas. A professora da UFRN tem vários artigos sobre as condições dos meios de comunicação no Nordeste, especialmente na Bahia e no Ceará.
Maria Érica considerou o tema da identidade do jornalista um dos mais importantes objetos de discussão contemporâneos, uma vez que as novas tecnologias mudaram drasticamente o papel do jornalista e “transformaram a figura tradicional do repórter em uma personagem de quadrinhos.”
A professora disse ainda que novos compromissos e deveres emergem e impõem às novas gerações mais apego aos fatos. Como disse a professora de jornalismo da Universidade de Iowa, Jane B. Singer, na conferência de abertura, a ética é “a única coisa que realmente identifica um jornalista.”
Em uma das mesas redondas realizadas durante o evento, as professoras Zélia Leal, Kênia B. Maia e Maria Luisa Humanes refletiram sobre a habilidade dos jornalistas em se adaptar às rotinas e desafios apresentados pelas novas tecnologias ao longo da história. Zélia Leal chegou a afirmar que “os jornalistas estão acostumados com mudanças. Nos últimos tempos enfrentaram o advento do fax, do computador, dos celulares e da internet".
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.