Jornalistas hondurenhos relataram ter sido atacados por manifestantes, policiais e militares durante manifestações em Tegucigalpa, no 197o aniversário da independência do país.
De acordo com o canal de televisão HCH, membros e apoiadores do Partido Libre, assim como membros de sindicatos e outros membros da oposição, participaram de uma parada paralela à celebração oficial em 15 de setembro.
Dois membros da equipe do HCH foram atacados por supostos membros do LIBRE e seu equipamento foi quebrado, informou o HCH.
O assessor de imprensa da HCH Televisión Digital, Pablo Gerardo Matamoros, responsabilizou o ex-presidente e líder do LIBRE, José Manuel Zelaya Rosales, pelo incidente, informou o HCH. A empresa anunciou que não cobrirá mais esse tipo de marcha.
Durante a repressão de um protesto no parque central de Tegucigalpa, policiais e militares supostamente bateram, quebraram equipamentos e obstruíram o trabalho de jornalistas e cinegrafistas da UNE-TV, segundo o Comitê para a Liberdade de Expressão (C-Libre). Alguns dos membros da equipe estavam registrando jovens sendo espancados ou detidos, informou a organização, acrescentando que os jornalistas acabaram por deixar o protesto porque temiam por suas vidas.
Jornalistas da HCH Televisión Digital denunciaram oficialmente os ataques perante o Comissário Nacional dos Direitos Humanos de Honduras (CONADEH, por suas iniciais em espanhol).
“Estamos muito preocupados que o pluralismo da mídia, que é importante como elemento que fortalece a democracia, esteja sendo atacado”, disse o ombudsman da CONADEH, Roberto Herrera Cáceres, em entrevista à Confidencial. Ele acrescentou que é importante que as pessoas tenham informações de diferentes meios de comunicação para formar suas próprias opiniões e tomar suas próprias decisões.
“E é por isso que pedimos que todos os meios de comunicação sejam respeitados independentemente da opção ideológica que têm, porque estão ajudando no esforço de transformar nossa sociedade e Estado”, disse Herrera.
O ombudsman disse que entendia que as reportagens viriam de jornalistas do HCH, da UNE-TV, da Radio Globo e do jornal Confidencial.
A Federação Internacional de Jornalistas repudiou os ataques e pediu às autoridades que garantam que os jornalistas possam trabalhar livremente. A organização disse que a CONADEH denunciaria os ataques, ameaças e atos de intimidação contra profissionais da mídia que trabalham durante protestos aos órgãos internacionais de direitos humanos e liberdade de expressão.
(Nota da editora: não houve resposta para os emails enviados para a Polícia Nacional e o partido LIBRE até a publicação desta matéria.)