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Jornalistas mexicanos lutam por proteção após colega ser espancado na redação

Depois do espancamento de um jovem jornalista, um chefe de polícia está foragido e jornalistas se mobilizam em prol da liberdade de expressão em todo o México.

Karla Janeth Silva Guerrero, uma repórter de 24 anos do El Heraldo de Leon, sofreu ferimentos graves na cabeça após ser espancada e ameaçada por três homens que invadiram a redação do jornal em Silao, no estado mexicano de Guanajuato, no México, em 04 de setembro.

Os homens entraram na redação pela tarde quando Silva e sua colega Adriana Palacio estavam presentes, de acordo com reportagens locais. Eles perguntaram por Silva e começaram a espancá-la diversas vezes na cabeça e no corpo, enquanto ela tentava se proteger debaixo de uma mesa. Os homens ordenaram que Silva alterasse suas reportagens.

Segundo os promotores, um outro assaltante ameaçou Palacio, segurando-a com uma faca durante a briga.

Fotos que teriam sido tiradas logo após o ataque mostram Silva desnorteada, com um corte profundo na testa e outros na sobrancelha direita, nariz e boca.

Silva é conhecida por ser uma crítica das autoridades municipais. Muito de seu trabalho tem incidido sobre o prefeito e sua suposta má gestão dos problemas municipais, bem como sua alegada vista grossa para os abusos de autoridade cometidos por policiais.

Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, o diretor administrativo do El Heraldo disse que Silva acredita que alguém do governo municipal esteja por trás do ataque.

Um juiz decidiu, em 17 de setembro, que não havia provas suficientes para processar dois homens tidos pelos promotores como os responsáveis pela agressão a Silva no El Heraldo, de acordo com a AM.

Nesta quarta, 24 de setembro, as autoridades prenderam um terceiro homem que havia escapado antes. Ele foi apontado por promotores como o principal agressor no ataque.

Além disso, em 20 de setembro, as autoridades prenderam um sub-director da polícia municipal que, segundo os promotores, levou os três agressores para o local de trabalho de Silva, de acordo com a AM.

Os promotores disseram que o diretor da polícia municipal, Nicasio Aguirre Guerrero, ordenou o ataque. O site UN1ÓN relatou que o diretor deixou o cargo seis dias depois do ataque e seu paradeiro é desconhecido.

Representantes do governo, membros da comunidade e jornalistas têm pressionado o prefeito de Silao, Enrique Benjamín Solís Arzola, para investigar o caso e punir os responsáveis pelo ataque.

Um grupo de repórteres, cinegrafistas e fotógrafos se juntou no gabinete do prefeito, dois dias após o ataque, para questionar a investigação da polícia municipal sobre o incidente e perguntar por que o diretor de Comunicação Social do município já havia solicitado a remoção da Silva, segundo o UN1ÓN.

promotor-chefe do caso disse que o prefeito está sob investigação e será citado para depor no caso.

Solís Arzola se defendeu, e disse aos repórteres que ele não ordenou a agressão de Aguirre Guerrero a Silva.

Depois do ataque a Silva, jornalistas e outros membros da comunidade pediram ao congresso estadual para aprovar uma Lei de Proteção a Defensores dos Direitos Humanos e Jornalistas, em Guanajuato. Mais de 6.000 pessoas assinaram a petição on-line desde a tarde de quarta-feira.

Os jornalistas também estão usando as mídias sociais e a hashtag #TodosSomosKarlaSilva para aumentar a conscientização sobre o caso e sobre a violência contra jornalistas no México.

Nos últimos três meses, grupos em prol da liberdade de imprensa relataram seis ataques adicionais contra jornalistas no México. Um cinegrafista foi morto a facadas em sua casa em Zacatecas; o filho de um radialista foi morto a tiros enquanto andava em um carro na entrada da estação de rádio em Luvianos; um repórter de jornal foi morto na porta de sua casa em Oaxaca; um jornalista de rádio foi encontrado morto em Tamaulipas; um jornalista da revista foi morto em Chihuahua; e tiros foram disparados contra a casa de um editor de jornal em Veracruz. As autoridades não determinaram os motivos nesses casos.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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