Jornalistas se juntaram à crescente lista de grupos que se opõem ao Stop Online Piracy Act (SOPA), lei contra a pirataria na internet atualmente em discussão no Congresso americano, segundo o Washington Post. Na quarta-feira 14 de dezembro, a Sociedade Americana de Editores de Notícias (ASNE) enviou uma carta aos parlamentares, na qual diz que, embora "condene a pirataria, independentemente do meio", considera a SOPA um ataque à Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, por permitir censura prévia e não proteger de maneira adequada o direito à liberdade de expressão.
A discussão da polêmica proposta começou na quinta-feira 15 de dezembro e continuou na sexta-feira 16. Com o objetivo de garantir os direitos autorais, o projeto prevê que os mecanismos de busca sejam proibidos de listar sites com conteúdo pirateado. Além disso, os provedores de internet estariam obrigados a impedir o acesso de usuários dos EUA a esses sites. A publicidade nas páginas também seria vetada, explicou a revista The Atlantic. Para os defensores da proposta, a lei impediria que empresas produtoras de músicas, filmes e livros fossem "roubadas" ao terem seu conteúdo reproduzido na internet. No entanto, para os opositores, incluindo jornalistas, o Facebook, o Google e o Twitter, a proposta ameaça a "integridade da internet, a liberdade de expressão, a inovação e os esforços para aumentar a segurança dos sistemas", acrescentou a Atlantic.
Segundo o site PCWorld, a proposta inclui disposições que basicamente quebrariam a internet.
Já o MediaBistro argumenta como os jornalistas serão negativamente impactados pelo SOPA, incluindo a censura de artigos e até o fim do jornalismo multimídia e do jornalismo cidadão.
Um colunista do International Business Times lamentou a "criação de dispositivos legais por meio dos quais o governo poderá impedir a troca de informações basicamente quando tiver vontade". Para ele, o "SOPA sinaliza o fim de uma era de informação livre". Segundo o autor, para o governo e as elites, a internet, o Twitter e outros serviços semelhantes significam "liberdade demais, capacidade demais de exercitar o direito de derrubar um governo tirânico". E citou um exemplo: "Quando as pessoas quiserem organizar um protesto. Se o SOPA for aprovado, isso sinalizará o fim de uma era de um diálogo online aberto e livre que as novas gerações criaram para si mesmas".